Escrito numa folha pautada, fruto do tédio.
Às nossa inúteis lamúrias,
Bebo.
Bebo o trago amargo e ardente,
Da água-ardente;
Sonho o meu sonho demente,
Sonho por ti: doente.
Não posso cantar o teu nome,
Mas quando o oiço, ele beija-me.
Como se fosse matéria
E tivesse lábios.
( Disto, não escrevem nem os mais sábios )
"... a boca, tardando-lhe o beijo, mordia..."
O meu fado é este:
Não haver palavras suficientes para mim.
Para mim e para falar dos outros, assim,
Em verso.
Não sei como há-de alguém
Gostar daquilo que lhes mostro que sou
Mãos frias e coração frio.
O ego, que o elogio alargou.
O sono chegou
E o teu beijo teima em tardar.
Uma nova chama se acendeu,
Sofro e deixo-me navegar.
Não vou mais "procurar quem espero".