#2

É começar o dia com o frio da manhã a contrastar com os primeiros raios de Sol.

É ser ofuscado por essa bola de fogo gigante que de vez em quando espreita por detrás dos pinheiros.

É os reflexos cor de jade que se formam nos vidros que trago na cara, que servem para ver melhor quem está longe.

É um cavalo branco e dourado, preso de solidão.

É o peso dos olhos.

 

As pessoas, os cheiros, as cores.

A sombra que é mão que escreve e me faz gigante nas pedras da estrada.

 

É o toque e o som das cordas. Os flagelos nos dedos, como se fosse um sacrifício que dá prazer, tocar nas cordas de aço a dedos nus.

É amar e saber que não se deve.

É ter de amar e saber que não se pode.

É ser neto, filho e irmão.

É a luz do Sol poente, que me faz olhar para Oeste e ter saudades.

Saudades de mim.

 

É ir para a cama e fazer amor com Deus.

 

 

publicado por Gualter Ego às 18:58 | link do post | comentar