Terça-feira, 05.07.11

Perdido a Sul de Tudo, na arrecadação.

Este mundo é um lugar estranho, não é novidade, e eu estava a tentar escrevê-lo quando a caneta deixou de escrever e esse passou a ser o maior problema do mundo.

O relógio que está na minha mesa-de-cabeceira faz taque-tique em vez de tique-taque.

A Humanidade está perdido desde o início. Início, que é como quem diz "aquele momento em que um certo macaco não comeu uma determinada banana por esta ter uma mancha castanha". 

Sim, sou um pessimista, mas não acho que seja tudo é vão. No fundo, sou um pessimista utópico que se distrai facilmente, a ejaculação precoce de Tudo em pequenas prestações de três pensamentos por mês.

A caneta parou de escrever outra vez.

Encontrei um lápis-de-cera no velho estojo da escola primária que andava perdido numa gaveta. Cheira tanto a inocência que é de ir às lágrimas.

 

Faltam treze minutos para as 4h da manhã, segundo o tal relógio que faz taque-tique. Não sei se deva acreditar num relógio que desafia os conceitos básicos da relojoaria e das onomatopeias.

Não consigo dormir.

 

(Sou a insónia nostálgica do João.)

 

Sou um pessimista utópico porque é bom ter utopias e não gosto de apatia, de ficar contente quando a bola vai ao poste, mas continuo dizendo que este mundo está perdido, sempre esteve, à espera de morrer, com medo da Morte, de mãos juntas a bradar aos céus, à espera de uma chuva de absolvição.

Tenho alguma compaixão pelos loucos. Fala-se que todos temos um pouco de médico e de maluco, mas ninguém diz que há tanta razão na loucura que vai contra todas as conjecturas divinas e terrenas.

Tenho compaixão pela desrazão e pelo absurdo, porque nem tudo vem antes do pensamento e é a nossa racional humanidade que nos faz viver cada vez mais tristes e mais entediantes.

Todavia, tenho em mim toda as equações que levantam a Máquina do Mundo e a fazem trabalhar.

 

Ah!, fosse eu velho

E dizia tudo o que me viesse à cabeça,

E mandava-vos todos à merda.

 

São, agora, 4h da manhã. O mundo ainda aqui está. Lamento imenso.

publicado por Gualter Ego às 00:44 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 04.07.11

Beirão.

Estou todo mordido das melgas,

Mordido do escuro que faz às quatro da manhã,

Farto de fazer rimar o corpo com o resto

E farto de dar o corpo ao manifesto.

 

Vou afogar-me em beirão,

Acender a luz do coração,

Deixar de parte toda a arte,

E martelar em letras a desrazão.

publicado por Gualter Ego às 19:16 | link do post | comentar
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