Tenho a cabeça a cair-me,
Antonieta embriagada,
E a alma despega-se do corpo frio,
Corre pelo meu corpo, calafrio,
Tenho o meu corpo a cair-me,
Oh mãe.
Temos os nossos demónios,
Temos os nossos erros,
Por tudo o que há, sofremos,
E perguntam-nos porque bebemos...
Não sinto os dedos,
Não vejo a Luz,
Vejo, sim, se fecho os olhos,
O meu castigo, a minha cruz.
E tudo, tudo,
Vai desvanecer,
Vapor de estar a crescer,
Será a chuva,
Será da gente,
Ora que a chuva cai miudinha,
E a minha gente deixou de me ver.
Um pedaço de mim, me dói,
Oxalá, não o sentisse,
Mas se não há dor,
Assim, como quem não sente,
É como se não existisse.