Domingo, 27.03.11

As lobas.

Quanto à senilidade das palavras, é nos gestos que se mostram os restos de humanidade que ainda possa haver no coração de alguém com o destino mais traçado que à nascença.

 

- Estás um bonito rapaz.

- Estou?

- Tu guarda-te...

- Guardo-me de quem?

- Delas, das lobas...

 

E sorriu e apertou-me a mão e eu apertei-lhe a mão e sorri-lhe em complacência, como que lhe dizendo telepaticamente, que, ó vó, como é que consegues sempre adivinhar o que há de mal com o teu menino?

publicado por Gualter Ego às 20:50 | link do post | comentar | ver comentários (1)

"dog shit, mister"

Estou podre sem fazer sentido. Se a vida é um subúrbio da morte, um atraso, um rodeio, então porquê? Sim, um ponto de interrogação do tamanho do maior tamanho que houver. É o que eu sou: ?.

E ainda há quem viva uma vida, assim lhe chama, que é um trajecto perfeito, soigné, cheiroso e asseado, e quem se esforce, e quem confesse os seus pecados, e quem passe as horas a olhar para o chão e o meu problema foi levantá-los de lá e achar-te pessoa entre a multidão.

publicado por Gualter Ego às 05:11 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Zás.

Cospes o veneno do ódio,

E arrancas as farpas do dever

Com os dentes, podres de tanto roer.

E, de manhã, não se ouviu o galo cantar.

 

Não se ouviu o galo cantar,

Nem se viu o sol nascer:

Os olhos vazios e pálidos, brancos de defunto,

E os ouvidos cheios de nada e das ondas de som nenhum,

Encheram o quarto, a casa e o assunto.

publicado por Gualter Ego às 04:57 | link do post | comentar
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