As putas.
As palavras são como as putas. Há-as desde que nos lembramos. Andam pelas bermas do que quer que seja até que alguém as agarra, deita-as à berma quem as agarrou, no fim de lhes dar uso, e outro alguém vem usá-las, em jeitos e termos que só a eles lhes concerne, sejam eles de solidão, amor mal-amado ou ironia, hipocrisia, ingenuidade. Tal como as putas, as palavras deveriam ter um preço. Temo-las como garantidas. É certo, é, também, o nosso vocabulário que nos faz homens e nos distancia dos restantes animais. As imagens não valem por mil palavras, o silêncio e o gesto, o verbo, sim, valem por mil palavras.
Apaixonar-me-ei por quem quer que consiga tirar um amo-te do silêncio absoluto.
"... nada mais o amor te deve, mas é o coração que o escreve."
- Manel Cruz
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