Balbúrdia
Num segundo, a nossa vida,
Em que eu sou em toda a gente,
Caos, balbúrdia,
Deliciosa anormalidade demente.
Se abusamos do tempo eterno
E das promessas do sangue e da carne,
Foi a tradicional ilusão
De que o amor é tesão
Não há dignidade no querer para ter:
Isso não é amor, é ganância.
E, se o tempo é assim tão relevante
Ter-me-às num futuro pouco distante.
Em que o homem que sou
Será o homem que fui
Insistindo em cantar o amor, sem sentido
À custa do meu coração falecido