Adeus.
Vou mijar e não volto.
A alma fraca de um homem contrai-se aos gritos de dor de alguém querido.
É assim, ser de carne e osso.
É assim, querer viver sem ser mordido,
Pelo bicho da razão,
Que te diz o que fazer,
Que te diz o que comer e o que beber.
És fraco,
Ajoelhas-te perante o dogmatismo.
Dás o teu pescoço a cheirar,
A quem sabes que nunca,
Nunca vai encostar o seu nariz na tua pele.
Grito.
Gemo.
Como aranhiços,
Correm meus dedos
Pelas teclas de um qualquer piano velho.
As notas que ouves,
São meros pombos correio,
De um ingénuo e verde,
Mas sofredor paleio.
Fim, acabou.
O verdadeiro conhecimento, julgo eu, só se atinge através da experiência.
A verdeira essência de um homem é tão relativa como o que ele já viveu ou viverá.
Julgo eu.
Os meus dedos tocam o vidro da janela,
Tentando tocar o Sol poente,
Que se vai escondendo por detrás daquele monte
Que tapa o horizonte.
Hoje vou dormir mais feliz,
Porque sei que,
Se não chegar a acordar,
Ao menos levo um pôr-do-sol digno de recordar.