A minha vida, temo, há-de ser um "nunca-alcançar" da perfeição, que outros irão confundir com a evolução de um génio.
Tom acordou lentamente, como se não quisesse abrir os olhos e, de facto, não queria.
Suspirou profundamente, passou as mãos pelos olhos e pela barba e virou-se para o seu lado esquerdo, onde, serena, dormia Mary, com o seus cabelos loiros que brilhavam à luz do tímido sol que começava agora a cavalgar os céus.
Tom beijou Mary na face e levantou-se. Caminhou até à ombreira da porta e olhou para trás. Daqui a umas horas, Mary seria mais do que um simples pedaço de carne possuído pelo desejo carnal de um reles homem barbudo.
Deixou-se estar, ali, a fitar Mary. Olhou-a, analisou, despiu-a em pensamento. Imaginou-se a beijar de novo os seus lábios carnudos, imaginou-se a tocar o seu corpo curvilíneo, ainda que delgado, de seios pequenos e firmes.
Dirigiu-se a ela, cheirou-lhe os cabelos que de doirado flamejante e beijou-lhe, mais uma vez, a cara.
Suspirou, novamente, e foi para o terraço fumar um cigarro, ainda em tronco nu.