#6
Apetece-me morrer.
Mas não estou nem deprimido, nem a meio de uma crise de identidade.
É que o dia está lindo e não o quero estragar com o dia de amanhã.
Acordei com a luz do Sol a trespassar os cortinados brancos e com o cheiro do tempero da carne do almoço.
Os pinheiros estão lá, como sempre, mas hoje estão mais bonitos, como se toda a matéria fosse uma só.
Como se os meus pés e a terra solta meia seca, meia húmida, nem quente, nem fria, e o ar, puro, fossem um só e fizessem rodar o mundo. Pelo menos o meu.