Uma história.
Estou crucificado, no alto da cruz, na ponta da minha própria Gólgota, pregado às tábuas pelas mãos e pelos pés, queixo alto e peito ao sol. Estou vivo, mas aparento estar morto, ou então sou um morto que aparenta estar vivo. As chagas ardem-me na poeira do vento. A boca seca como papel e os lábios rebentados do sol tornam este retrato ainda mais penoso de figura; tudo o que quero é dormir.
De súbita, uma mosca impertinente poisa no meu nariz.
E foi esta a breve história da minha relação com o resto do mundo.