Pela garrafa.
És a perfeita contradição
Em que todo o pintor se perderia,
Por quem todo o eterno poeta beberia
Aguardente, para acalmar o sonho demente
De te ter, paixão doente.
E por não saber com que olhos te olhar
Vejo-te em meus sonhos sem te conseguir tocar.
Soubesse eu, ao menos,
Em que copo te beber,
É que esta noite não pára de chover,
E eu teimo em querer fazer o meu coração parar de bater.
Deixemo-nos de fatalismos irreais,
E entreguemo-nos às paixões surreais:
Bebo-te pela garrafa.