Sufixo biográfico pessimista a quatro tempos.
Copo cheio,
Adia as minhas chagas.
Tristeza, senta-te aqui, à minha beira,
Esta noite és tu que pagas.
Num trago, todas as dúvidas,
Na histeria da alma pequena.
Depois nasce o Sol; sobriedade:
Maravilhosa esquizofrenia serena.
Se esvaziar a garrafa nos aquece o corpo,
Nos afoga o ego e acorda a poesia,
Enche-me, tu, mais um copo,
Amor-ódio, amor-combate, melancolia.
Em pleno sadismo, doce apatia,
Bebo a todas as rimas que não te escrevia.
Tanta crueldade aguenta este corpo cansado,
Que chora pelo eu emancipado.