Essa tua fome
Essa tua fome,
Que te atormenta o toque e a voz,
Talvez não seja mais que a poesia
Que há entre nós
Essa tua fome,
Em que partes sem trancar a porta,
Correndo atrás da mão
Que já não te conforta.
Essa tua fome,
Que te arranha a sanidade,
Te desfaz a pele e os lençóis, de noite,
Na procura de uma outra fogosidade.
E nada pode fazer a minha voz,
Perdida na inocência.
Nada pode tocar a minha mão,
Desconfiando a minha existência.