22:48
Vou lavar a sujidade deste corpo, corromper a impermeabilidade desta pele e lavar-me por dentro, esfregar as minhas entranhas com água e sabão, sacudir o pó e arejar a alma.
Cheiro a mofo e papel velho, que é como quem diz que cheiro ao guarda-roupa da tua avó e a biblioteca.
Preciso de enfiar ar puro nestes pulmões, corpos nus para refrescar a vista e vinho tinto, sedoso, para me acariciar a voz.
Quero cantar canções que nunca ninguém cantou, tocar acordes encomendados pelos deuses, quero tanto e posso tão pouco.
Imploro por voltar a respirar o mesmo ar que tu, nos entretantos entre estar longe e beijar.
I don't care if it hurts (...)