Fevereiro.
Agulhas de doces achegos,
Tocadas a vento, na sombra da noite que se poisa.
Negros olhos, negro céu, claras estrelas,
Nuvens, nem vê-las.
E de tanto olhar para o céu,
Molhar-me à chuva que cai porque sempre caiu,
De tanto achar que me faltam as forças,
Que a vida nunca me sorriu,
Passas, tu, agora, e sorris,
E eu olho para cima,
Tentando encontrar-te na lua,
Andando ébrio pela torta rua,
Molhei os meus pés,
E sinto-me doente,
Pus o pé numa poça irritante,
Chegou-me o frio lancinante,
E eu lembrei-me da cama,
Poiso ninho quente,
E tão grande, grande demais,
Que ela é, sem ti.