Fevereiro.

Agulhas de doces achegos,

Tocadas a vento, na sombra da noite que se poisa.

Negros olhos, negro céu, claras estrelas,

Nuvens, nem vê-las.

 

E de tanto olhar para o céu,

Molhar-me à chuva que cai porque sempre caiu,

De tanto achar que me faltam as forças,

Que a vida nunca me sorriu,

Passas, tu, agora, e sorris,

E eu olho para cima,

Tentando encontrar-te na lua,

Andando ébrio pela torta rua,

Molhei os meus pés,

E sinto-me doente,

Pus o pé numa poça irritante,

Chegou-me o frio lancinante,

E eu lembrei-me da cama,

Poiso ninho quente,

E tão grande, grande demais,

Que ela é, sem ti.

publicado por Gualter Ego às 21:11 | link do post | comentar