Domingo, 06.02.11

Boa noite.

Apesar de tudo, não me vou calar,

Receio que tenham de me ouvir cantar.

Boa noite!

Vou fingir que vou dormir,

Para parar de fingir que sei fingir o que é sentir.

publicado por Gualter Ego às 04:55 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Ciúme.

Tratos violentos,

Alegres, enebriantes desalentos.

Teu fulgor, tua pele quente,

Teu olhar que não me mente.

 

Aquece-me,

Dá-me lume,

Acende-me pelo coração,

Este frio é a razão,

Que não deixa haver ciúme.

publicado por Gualter Ego às 04:53 | link do post | comentar

Zás.

Eco de gargalhada

E conversa mal-achada,

Que a conversa que se impõe,

É tudo o que é mal, vil e ruim.

 

Deixei de pensar em mim,

Nas cores que pintam o meu andar,

Sem ter que me achar,

Mais do que aquilo que nasci.

 

Se eu não sei se nasci,

Nem sem se por ventura já morri,

Se por acaso irónico da fatalidade do destino,

Este amável canto genuíno,

Paleio de menino,

É repetido,

É mal dormido,

É tudo o que está mal, é Satanás,

Tudo o que me leva e por fim não me trás.

Zás,

Zás,

Zás.

 

Todos os meus pensamentos,

São noções de coisas más.

publicado por Gualter Ego às 04:43 | link do post | comentar

Ellipsis.

Não vou mentir,

Tiras-me a respiração.

Tiras-me o frio e a vontade de dormir.

 

Tenho ganas de te ter,

Entre tuas pernas me meter,

Deixar ficar por lá a marca do meu falar,

Marcar-te a ferros quentes, com meus desejos dementes.

 

Suspiro.

publicado por Gualter Ego às 04:39 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Isto não é uma canção.

Nos meus sonhos,

As rosas brancas são negras.

Negras como carvão,

Negras como uma noite que queria ser dia de Verão.

 

Nos meus sonhos,

Sai dos meus sonhos,

Sai do que não é teu,

Isto com que brincas,

Sou eu.

 

Anda cá,

Trocas os meus braços nos teus,

Deixa-me envolver-te a silhueta,

Deixa-me apertar-te o amor e o desejo,

Dá-me um beijo, não dês,

Tudo o que te ama,

É como Deus me fez.

publicado por Gualter Ego às 04:32 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Isto talvez seja uma canção.

Acima de mim,

Há sobretudo rabiscos,

Umas poucas substâncias enganosas,

A lua, as estrelas o frio da noite escura.

 

Procura nela, algo que cheire a ti,

Corro os meus riscos,

Bebo pingas manhosas,

E tudo o que vejo perdura.

 

Mas, enfim, eu vou dormir,

Tentar esquecer, tentar não ir,

Em teus paleios, meus receios,

Se estou tão bem assim, e tu és mudança,

Não sei se é deixar estar ou é pujança.

 

Eu só sei,

Oh, que tudo sei,

Mesmo tudo o que cantei,

Foram réstias de achar,

Que dar a mão era amar,

E cada beijo era consumar,

Amor eterno,

Promessas em papel,

Saliva, suor e mel,

E agora me arrependo,

Se não te amei sendo,

Sendo eu quem não sabe se é,

Então, vou a pé,

P'ra casa, vou dormir,

Pensar melhor,

Agarrar-me à almofada,

Curar a ressaca arrastada,

E gritar, sem se ouvir,

Que estou a cair,

E não quero olhar para baixo.

 

Ouve o que eu tenho a dizer,

Nunca quis fazer-te sofrer,

Mas tenho um ardor na garganta,

E bem te digo: não adianta.

Deixa-me fugir;

A meu ver,

Cheiras a tudo o que eu quero que cheires,

Sabes a tudo o que eu quero que saibas,

Dizes tudo o que eu quero que digas,

E as palavras são minhas amigas,

Fica por cá esta noite,

Vamos só falar,

Só preciso de falar,

E agora tenho sono,

Poisa-te no meu peito,

Adormecer em meu respeito,

Tudo o que foi o dia que passou,

Fui eu, que não sei, nem sei se sou.

publicado por Gualter Ego às 04:14 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Isto é outra canção.

Bebo o café que me deste p'rá mão,

Não me sabe a café, não sei, não.

Toda a gente aqui é feia,

Mete a mão na conversa alheia.

 

E eu, que sou pouco do que sei,

Sou conde do rancor, sou rei

Do amor,

Sou filho da terra,

Sou homem que que erra,

Sou igual a ti, tão alto como tu,

Não me queres assim?,

Beija o meu cu.

 

E depois,

É só nos os dois,

O mal-estar do vinho,

O nervoso miudinho,

E eu não te consigo agarrar a mão,

Não me faltes à razão,

Não creias, que só por estar assim,

Vou gostar menos de ti.

 

Aposto,

Que esta noite sonho contigo,

Cheiras ao que é bom e a perigo,

E tudo o que eu queria,

A minha mãe dizia,

Eras tu, era o teu calor,

Era o teu leito,

Minha face - teu peito,

Outra vida,

Bem bebida,

E tudo o que disseste,

Foi "Para mim morreste"

E eu morri ali, para ti

E prós demais,

E canto esta canção,

E ela é para ti,

Que me deixaste assim.

 

Desculpa não saber cuidar de ti,

Perdoa não saber falar por ti,

Lamento tudo o que eu tentei fazer mim,

Já que tudo o que sei, tudo o que eu tentei,

Foi por ti.

 

publicado por Gualter Ego às 04:02 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Isto é uma canção.

Sinto calor,

Esta noite, meu amor,

Só os cães se fazem ouvir,

Esta noite, meu amor,

Eu vou ganir.

 

E a geada vai baixando,

Pela rua eu vou cantando,

Este amor só faz mal a ti,

Porque tu nada sabes de mim.

 

Dói, dói-me as costas,

Dói-me os pés,

Não sei contar de um a dez,

Porque foi demais,

Copos infernais,

Repetir jamais.

 

Oh, a quem minto eu (?),

E olho p'ró céu,

Ir dormir jamais

E dói.

 

Dói-me a garganta,

Esta água é benta e santa,

E a preocupação,

As coisas do coração,

Olvida tudo o que é bom,

Tudo o que é razão

E bom-senso,

E eu já não sei o que penso,

E se penso é errado,

Este é o meu fado:

 

Não saber se o meu pensar

É pensar mais do que te amar,

Pensar que te amo,

Achar que te quero,

Desejos animais,

Toque de veludo,

O vinho é agudo

E o canto é segredo,

O sussurro é a medo,

Mas nada,

Oh, nada,

Me vai levar à cama.

 

Mas depois vens tu,

Vem o frio e o rancor,

Vem a mágoa e a dor,

A vergonha, grito ardente,

Pão de ontem, entre o dente,

No buraco, dá a fome,

Não importa se põe de lado ou se come,

Esta noite tu és minha,

Esta noite vais-me sentir.

 

Esta noite, meu amor,

Em que só os cães se fazem ouvir,

Uoh!, tu vais... ganir!

 

publicado por Gualter Ego às 03:43 | link do post | comentar | ver comentários (1)
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